sábado, dezembro 27, 2008

scans de quadrinhos Eudes Honorato tinha um scanner na mão e uma idéia na cabeça.
Um dia qualquer de 2003 ele decidiu pegar umas revistas em quadrinhos e colocar em seu blog para outras pessoas baixarem.
O resultado foi um sucesso.
A iniciativa é similar à troca de música, games, filmes e livros, que ocorre na Web.
A atitude é criticada por ser uma clara violação dos direitos autorais. Mesmo assim, o hobby de Eudes deu início a uma espécie de era de ouro dos scans.

Internautas começaram a tirar suas coleções de quadrinhos do armário, escanear dezenas de revistas e colocar tudo na Web.
Outros blogs surgiram com a mesma intenção de divulgar novos quadrinhos, compartilhar edições antigas ou mesmo, em uma atitude legalmente questionável, as últimas novidades da banca de revista.

Porém, nem só de quadrinhos de banca vive o mundo dos scans.
É possível conseguir revistas que estão saindo agora nos Estados Unidos pela Internet.
O detalhe interessante é que elas já vêm diagramadas e traduzidas.
Claro que é algo não-oficial e normalmente o texto está repleto de erros de português.

Basicamente, a tradução serve para quem quer ficar por dentro das novidades ou não tem tempo e paciência para esperar a defasagem existente na cronologia das histórias, que podem levar até seis meses para serem publicadas no Brasil.
Mais ainda, os scans tornam disponível muito material que pode permanecer inédito no País.

A iniciativa, às vezes, acaba por influenciar o mercado de quadrinhos brasileiro.
Por exemplo, Battle Chasers, uma das mais importantes obras do desenhista Joe Madureira, foi oferecida em scans e depois acabou sendo vendida nas bancas em uma publicação da Mythos Editora.

A atitude de escanear revistas para distribuir na Web acabou chamando a atenção de várias editoras, que se sentiram prejudicadas.
Para elas, havia uma clara violação dos direitos autorais.

No final de 2003, Fabiano Denardini, editor da Panini Comics do Brasil, enviou um e-mail pedindo a retirada dos scans dos provedores onde eles estavam hospedados.
O jornalista Sidney Gusman publicou na primeira revista Wizard um artigo onde classificava como pirataria o ato de escanear uma revista em quadrinhos.
Para Gusman, a troca de arquivos ajuda a destruir a própria indústria que os fãs tentam divulgar.

Muitas vezes, os scans colocam revistas que ainda estão nas bancas, o que atinge diretamente as vendas das editoras.
"Se somente um leitor deixar de comprar uma HQ, já existe um prejuízo", alerta Gusman.

Gusman acredita que muitos internautas agem amparados pela desculpa de que estão ajudando a divulgar as obras. Porém, nem sempre isso acontece.
"Quando você vai a um restaurante pela primeira não sabe se a comida é ruim", analisa Gusman. Ao baixar uma revista da Web, muitas pessoas podem optar por deixar de comprar a edição nas bancas, o que novamente prejudicaria as editoras.

Para escapar dos problemas com a Justiça, os quadrinhos migraram para as redes peer-to-peer (P2P).
A troca de revistas continua existindo.
A iniciativa, aliás, ajudou muitos fãs a continuarem suas coleções.

Um exemplo é o estudante de direito Jeferson Cassol.
Fã de quadrinhos desde os dez anos de idade, acabou descobrindo os scans por acaso e necessidade.
Ele atualmente está desempregado.
Com isso, foi obrigado a reduzir o número de revistas que comprava por mês.

"De uma hora para outra acabei impedido de comprar muitas revistas que vinha colecionando", explicou. "
A saída foi recorrer à Internet para, pelo menos, continuar acompanhando as histórias".

Outras histórias curiosas também fazem parte do mundo dos scans.
O farmacêutico Admilson Peres acabou, por uma série de coincidências, servindo no interior do Amazonas.
Sua ligação com o mundo dos quadrinhos foi subitamente rompida.
Ele não tinha mais como comprar uma única revista.

A saída então foi baixar da Web seus quadrinhos preferidos.
"Achar os scans, para mim, foi uma sorte. Consegui manter o meu vício intacto", comemorou. "Mesmo assim, quando voltei do serviço militar tentei recuperar as edições que perdi em sebos. Nada se comparar à leitura no papel", concluiu.

viram? o simplesmesmo é cultura pop pura!!!
yesssssssss

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